DIVULGAçÃO: [Chamada para (in)submissões] Dossiê #10 Limiares destituintes: Política, Direito, Teologia e Linguagem: Homenagem aos 30 anos do projeto Homo Sacer de Giorgio Agamben (1º/2025)
Postado por ATI em 18/set/2024
Limiares destituintes:
Política, Direito, Teologia e Linguagem
Homenagem aos 30 anos do projeto Homo Sacer de Giorgio Agamben
Recebimento de trabalhos no formato de artigos científicos, ensaios, resenhas, entrevistas, textos literários, imagens ou outros formatos que reflitam sobre a temática, com prazo de envio até o dia 15 de dezembro de 2024.
No ano de 2025, completar-se-ão 30 anos da publicação da (des)obra O poder soberano e a vida nua (Homo Sacer, I), de autoria de Giorgio Agamben, que inaugurou ousadas investigações arqueológicas sobre a política ocidental traduzidas em uma série de nove livros. Apesar da intensa aparição da dimensão política no projeto Homo Sacer (1995–2014), há outros eixos considerados indispensáveis no percurso: a linguagem, a teologia e o direito. Esse entrecruzamento de saberes permitiu que o filósofo se deparasse com diversas estruturas originárias que governam as nossas práticas individuais e coletivas até hoje: vida nua e poder soberano, potestas e auctoritas, reino e governo, humano e animal etc.
No livro Signatura rerum: sobre o método, Agamben tentou esclarecer a sua dinâmica investigativa no projeto Homo Sacer mediante as ideias de paradigma, assinatura e arqueologia filosófica. De modo especial, o último “instrumento” emerge conjugado com uma crítica às Ciências Humanas. Assim, põe-se a tarefa filosófica de (re)pensar a obediência à ancoragem ontológica — a inevitabilidade dos fundamentos — e a obrigatoriedade de tratar a percepção histórica sob a ordem cronológica e os inícios documentados. Para desativar esses cânones epistemológicos, o autor nos convidou — nos rastros de Friedrich Nietzsche, Franz Overbeck, Walter Benjamin, Georges Dumézil e Michel Foucault — a visualizar a realidade pesquisada como um campo de tensões an-árquico.
Imbuído desse “espírito” profanador de Giorgio Agamben frente às pesquisas acadêmicas, o dossiê objetiva integrar contribuições inclassificáveis sobre a política, a linguagem, a teologia e o direito que, tradicionalmente, não seriam aceitas pelas sabatinas empíricas e as metodologias “corretas” das instituições de ensino superior. Igualmente, planeja publicar textos que dialoguem criticamente com o projeto Homo Sacer — após os 30 anos do seu lançamento. Em resumo, a proposta quer reunir troços inéditos e originais que foram influenciados pelo estilo agambeniano de fazer e escrever a filosofia, assim como de reavaliar as narrativas tradicionais — e as fontes — das áreas mencionadas.
Ressaltamos ainda que, para além desse dossiê temático, a revista (Des)troços recebe arremessos em fluxo contínuo de caráter geral que se vinculem ao pensamento radical e à linha editorial do periódico, conforme descrito em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/about. As contribuições devem ser enviadas por meio do sistema OJS, respeitando-se as regras de submissão no caso de textos (https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/about/submissions) até o dia 15 de dezembro de 2024. As exigências de titulação não se aplicam às autoras de produções artísticas, cujas contribuições serão avaliadas unicamente pela comissão editorial. As contribuições sob a forma de textos serão avaliadas pelo comitê editorial e pelo sistema de double blind review. Uma vez aprovados, textos e imagens serão publicados no décimo número da revista, previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2025.