OS MOVIMENTOS TERRORISTAS COMO ATORES NÃO ESTATAIS E O EXERCÍCIO DO PODER SIMBÓLICO | DOI: 10.12818/P.0304-2340.2018v72p293

Autores

  • Giovanni Olsson
  • Eduardo Fabrin Wildner

Resumo

O presente trabalho busca traçar os principais contornos do cenário global, dando enfoque
à formação da sociedade internacional contemporânea e ao surgimento de novos atores,
em especial os emergentes, como a mídia, o terrorismo, os movimentos sociais e a opinião
pública, os quais vêm apresentando uma evolução expressiva, conquistando espaços, poderes
e mais visibilidade. Objetiva-se, ainda, pontuar as principais características dos movimentos
terroristas atuais, o percurso histórico, as discussões conceituais, as mudanças ocorridas em
seu formato, sua estrutura e respectiva atuação, cada vez mais eficiente em razão da expressiva e crescente publicidade concedida aos acontecimentos violentos. Por fim, pretende-se analisar o papel da influência midiática e do poder simbólico envolvido, almejando investigar e confirmar a hipótese de que a mídia tornou-se um instrumento de difusão simbólica do poder dos movimentos terroristas, primordial para a atuação de tais grupos e também para os que declararam o combate ao terrorismo. A pesquisa é teórica com base em livros e artigos científicos, e segue método dedutivo e qualitativo. O foco é aprofundar as questões envolvidas nas complexas relações destacadas e construir caminhos para um debate mais crítico, que seja capaz de lançar mais luz sobre a problemática central, a qual não pode desconsiderar a dinâmica da sociedade atual, os principais desafios e interesses em jogo, e, o mais importante: a procura por respostas que passem por menos destruição e mitigação de direitos.



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Publicado

2018-12-18

Edição

Seção

Artigos