PRISÃO E DESUMANIDADE NO BRASIL: UMA CRÍTICA BASEADA NA HISTÓRIA DO PRESENTE - DOI: 10.12818/P.0304-2340.2019v75p43

Autores

  • Bruno Rotta Almeida UFPel

Resumo

O artigo apresenta, por meio dos métodos hipotético-dedutivo e histórico, a contribuição da história do presente para o estudo crítico sobre a violação dos direitos fundamentais das pessoas privadas de liberdade. Aponta inicialmente dados e informações de violação de direitos fundamentais nas prisões. Após, expõe os caracteres sobre a história do presente. Analisa a trajetória brasileira de violência, violações e desigualdades. Por fim, indica a necessidade da crítica para além das retóricas do castigo e da humanidade.

Referências

ALMEIDA, Bruno Rotta; MASSAÚ, Guilherme Camargo. A normalidade do desumano: a banalidade do mal no sistema penitenciário brasileiro. Derecho y Cambio Social, Lima, Peru, a. 12, n. 41, 2015.

ALAGIA, Alejandro. Hacer sufrir. Buenos Aires: Ediar, 2013.

ANITUA, Gabriel Ignacio. Castigo, cárceles y controles. Buenos Aires: Didot, 2013.

ANITUA, Gabriel Ignacio; QUIRÓS, Diego Zysman. Presentación. In: ANITUA, Gabriel Ignacio; QUIRÓS, Diego Zysman. La tortura: una práctica estructural del sistema penal, el delito más grave. Buenos Aires: Didot, 2013.

BARRACLOUGH, Geoffrey. Introdução à história contemporânea. Trad. Álvaro Cabral. 5d. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

BAUMER, Franklin Le Van. O pensamento Europeu Moderno. Vol. I: séculos XVII e XVIII. Lisboa: Edições 70, 1977.

BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias Infopen - junho de 2016. Disponível em <http://www.justica.gov.br/news/ha-726-712-pessoas-presas-no-brasil/relatorio_2016_junho.pdf> . Acesso em: 05/07/2018.

______. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias Infopen - dezembro de 2014. Disponível em <https://www.conjur.com.br/dl/infopen-dez14.pdf> . Acesso em: 05/07/2018.

CATROGA, Fernando. Os passos do homem como restolho do tempo: memória e fim do fim da história. Coimbra: Almedina, 2009.

CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras, 2012..

CHIES, Luiz Antônio Bogo. A questão penitenciária. Tempo social, Revista de sociologia da USP, v. 25, n. 1, 2013.

______. Questão penitenciária: obstáculos epistemológicos e complexidade. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, v. 35, n. 126, jan./jun. 2014.

CORRÊA, Mariza. Raimundo Corrêa Nina Rodrigues e a ‘garantia da ordem social”. Revista USP, n. 68 2005-2006.

COSTA, Pietro. Il progetto giuridico. Ricerche sulla giurisprudenza del liberalismo classico. Vol I. Milano: Guffrè, 1974.

FERRAJOLI, Luigi. Filosofía del mal y garantismo. In: CUÉLLAR, Alejandro Forero;

RIVERA BEIRAS, Iñaki; GORSKI, Hector C. Silveira. (ed.). Filosofía del mal y memoria. Anthropos Editorial; Observatori del Sistema Penal i els Drets Humans; Universitat de Barcelona: Barcelona, 2012.

FOUCALT, Michel. Nietzsche, a genealogia e a história. In: FOUCALT, Michel. Microfísica do poder. Org. e trad. Roberto Machado. 26. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2008.

______. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. 36. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2009.

FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. São Paulo: Global, 2006.

GARGARELLA, Roberto. De la injusticia penal a la justicia social. Bogotá: Siglo del Hombre, 2008.

GARLAND, David. A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

______. Castigo y sociedad moderna: un estudio de teoría social. Ciudad de México: Siglo XXI, 2006.

GINZBURG, Jaime. Escritas da Tortura. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Orgs.). O que resta da ditadura? – a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

KEHL, Maria Rita. Tortura e sintoma social. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Orgs.). O que resta da ditadura? – a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

NEUMAN, Elías. El estado penal y la prisión-muerte. Buenos Aires: Editorial Universidad, 2001.

______. Victomología y control social. Las víctimas del sistema penal. Editorial Universidad: Buenos Aires, 1994.

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

PAVARINI, Massimo. Estrategias de lucha. Los derechos de los detenidos y el abolicionismo. Delito y Sociedad. Revista de Ciencias Sociales. Año 17, n. 26, 2008.

PEDROSO, Célia Regina. Os signos da opressão: história e violência nas prisões brasileiras. São Paulo: Arquivo do Estado, 2002.

PIMENTEL, Elaine. As marcas do patriarcado nas prisões femininas brasileiras. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). “Dossiê Punição e Controle Social: degradações carcerárias em América Latina e Europa”, v. 02, n. 2, Jul.-Dez., 2016.

RABINOW, Paul (org.). The Foucault reader. New York: Pantheon Books, 1984.

RAUNIG, Martin. What is critique? Suspension and recomposition in textual and social machines, 2008. Disponível em <http://eipcp.net/transversal/0808/raunig/en> Acesso em: 15/07/2018.

RIVERA BEIRAS, Iñaki. La devaluación de los derechos fundamentales de los reclusos. La construcción jurídica de un ciudadano de segunda categoría. Barcelona: Bosch, 1997.

______. Mitologías y discursos sobre el castigo. Historias del presente y posibles escenarios. Rubí, Barcelona: Anthropos Editorial; Barcelona: OSPDH. Universitat de Barcelona, 2004.

______. Recorridos y posibles formas de la penalidad. Rubí, Barcelona: Anthropos Editorial; Barcelona: OSPDH. Universitat de Barcelona, 2005.

RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. Rio de Janeiro: Revan, 2004.

SAAR, Martin. Genealogy and subjectivity. European Journal of Philosophy, v. 10, n. 2, 2002.

SANTOS, Hugo Leonardo Rodrigues. Futuro pretérito da prisão e a razão cínica do grande encarceramento: três momentos de emergência de discursos, expectativas e experiências acumuladas em torno do conceito de prisão. Revista Brasileira de Ciências Criminais, n. 131, Dossiê “Dogmática e História do Direito Penal”, 2017.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SKIDMORE, Thomas E. Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro (1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

SOLAZZI, José Luís. A ordem do castigo no Brasil. São Paulo: Imaginário; Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2007.

SOUZA, Jessé. A gramática social da desigualdade brasileira. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 54, fevereiro 2004.

______. Ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

SOZZO, Maximo. Locura y crimen: nacimiento de la intersección entre los dispositivos penal y psiquiátrico. Buenos Aires: Didot, 2015.

Downloads

Publicado

2019-12-19

Edição

Seção

Artigos